Francisco Magalhães Barreto e Sá

A cidade de Barbalha-CE surgiu ao redor da igreja de Santo Antônio erigido em terras doadas pelo capitão sergipano Francisco Magalhães Barreto e Sá, filho de Antônio Pinheiro de Magalhães e de Inês de Sá Sotomaior casado com a também sergipana D. Polucena de Abreu e Lima. 

A família Sá Barreto que surgiu a partir desse casal se espalhou na região e cidades próximas como Terra Nova-PE, se mesclando com outros clãs como Filgueiras, Sampaio, Parente e Grangeiro. Entre os mais famosos rebentos temos os governadores de PE Cid Sampaio, Agamenon e Roberto Magalhães.



Barbalha é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na Região Metropolitana do CaririMesorregião do Sul Cearense, a 504 quilômetros da capital Fortaleza pela BR-122. Ocupa a 7ª colocação no estado em IDH geral, a 9ª em IDH-Educação e a 4ª em IDH-Longevidade.[3] O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estimou sua população para 2021 em 61.662 habitantes. Passam pela cidade as CEs: 060, 293 e 386.

Tem como padroeiro Santo Antônio, o casamenteiro, e apresenta vários prédios e locais históricos, preservando nuances coloniais.

Situa-se na latitude de 7°18′18″ S e na longitude de 39° 18′ 7″ W, aos pés da Chapada do Araripe e, junto com as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, compõe o triângulo Crajubar na região do vale do Cariri. Tem ao redor a Floresta Nacional do Araripe-Apodi, mais conhecida como FLONA Araripe.[6]

É a terra natal do padre Monsenhor Murilo, dos advogados Hermes Carleial e Cláudio Martins, dos médicos Leão Sampaio, Mozart Cardoso de Alencar e Lyrio Callou, do engenheiro Joaquim Francisco de Paula e dos jornalistas Edilmar Norões e José Bernardino Carvalho Leite.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

topônimo Barbalha é alusivo ao nome de uma moradora de um sítio da região cuja casa servia de albergue para tropeiros de gado que traziam rebanhos de Pernambuco para passarem os períodos de estiagem na região da Chapada do Araripe. Por ser proprietária do principal ponto de apoio e hospedagem da região, tornou-se bastante conhecida por sua hospitalidade, o que contribuiu para que a localidade herdasse seu nome.

A denominação original da cidade era Freguesia do Santo Antônio de Barbalha. Em 1838 adotou-se o nome Barbalha.[7]

História[editar | editar código-fonte]

As terras localizadas às margens do Riacho Salamanca eram habitadas pelos índios Kariri,[8] antes da chegada das entradas no interior brasileiro, durante o século XVII.[9][10]

Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram todas as regiões dos Cariricatequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões.[10] Este contato entre exploradores e nativos repercutiu profundamente na formação cultural do lugar, principalmente no que tange à difusão de "entes do imaginário popular", tais como "papafigo, pai-da-mata, rasga-mortalha, almas do outro mundo, lobisomem, o diabo, entre outros".[11]

Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias de que na região existiria ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar ouro. Queriam enriquecer e aumentar seu prestigio pessoal perante a corte portuguesa.[10]

A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias,[11] o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas. Deste contexto surge Barbalha, um núcleo urbano que cresce ao redor da capela de Santo Antônio fundada nas terras de Francisco Magalhães Barreto e Sá, que era parente de Mem de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil.[10][12] De Francisco Magalhães descende a família Sá Barreto, cujos membros incluem Cid Feijó Sampaio e seu sobrinho-neto Eduardo Campos, governadores de Pernambuco, Leão Sampaio, Deputado Federal, Gregório Pereira Pinto, patriarca de Terra Nova-PE, Luiz Filgueiras Sampaio empresário, Argemiro Sampaio, prefeito de Barbalha e diversas outras personalidades de destaque no cenário regional. A cidade participou de importantes momentos da história nacional. A Revolução Pernambucana de 1817, a no Guerra de Independência do Brasil Maranhão e a Confederação do Equador tiveram a participação do Capitão-mor do Crato, o baiano José Pereira Filgueiras que residia no Sítio São Paulo, neste município, com a participação de Bárbara de Alencar e seus filhos Tristão Alencar Araripe e José Martiniano de Alencar (pai do escritor José de Alencar).[13] Dessas famílias descendem Antônio Correia Sampaio Filgueiras que participou da construção da Igreja do Rosário e Romão Pereira Filgueiras Sampaio prefeito de Salgueiro-PE. Importante para a história do município foi também a Casa Sampaio e a Engenho Tupinambá, da família Sá Barreto Sampaio.[14]

As cidade, situada na Chapada do Araripe, servia como um verdadeiro oásis na paisagem árida do Sertão Nordestino e atraiu a instalação de engenhocas de rapadura, de onde baseou sua economia os primeiros séculos de sua história, no século XIX passou a abrigar alguns empreendimentos comerciais e no século XX assumiu a sua vocação no setor de serviços.

Em 1926, passaram pela cidade Lampião e seu bando, que estavam a caminho de Juazeiro do Norte para integrar o Batalhão Patriótico. Por esta ocasião conversou com líderes locais e jornalistas.[15]

Há registros de que a cidade, ainda em seu estágio embrionário, sofreu um saque empreitado por um grupo composto por, aproximadamente, 2000 jagunços, os quais pilharam os valores que encontraram, e atearam fogo em milhares de contos de réis, causando um impacto na economia local e impedindo o crescimento do lugarzinho, que desfrutava de relativa prosperidade. Houve, ainda, um segundo saque, mas bem depois do primeiro. Desta vez, o fato se deu quando da modificação do traçado da Rede de Viação Cearense (RVC). Todavia, em 1950, a ferrovia, enfim chegou, junto com a eletricidade, vinda de Paulo Afonso, em 1961. Assim, a cidade voltou a crescer.[16]

Os padres salvatorianos tem destacada atuação no âmbito cultural e educacional da cidade, além do religioso. Por muitos anos dirigiram o Colégio Santo Antônio e coordenam os festejos de santo padroeiro no mês de junho. Dentre os religiosos dessa congregação estão Padre Agostinho Mascarenhas, Padre Mário, Padre Renato Simoneto, dentre outros. Padre Agostinho foi, além pároco, diretor do referido colégio, conselheiro e líder espiritual animando a vida religiosa quando convidou a Comunidade Católica Shalom para criar um núcleo em Barbalha. A julgar pela quantidade de referências presentes na cidade: Biblioteca Municipal Padre Agostinho, Rua Padre Agostinho Mascarenhas, Residencial Padre Agostinho, dentre outros, padre Agostinho deixou uma marca especial na cidade. O referido religioso está enterrado na Igreja Matriz de Santo Antônio.


Fonte: Wikipedia



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