Garcia D'Ávila, o fundador de uma dinastia
Alguns costumes das famílias tradicionais do nordeste, como a endogamia para não deixar que as terras fossem divididas com pessoas de fora da família, hábito comum em clãs como os Parentes, Filgueiras, Arnauds entre outros se deve aparentemente ao costume dos primeiros donatários. Os Garcia D'Ávila formaram o maior latifundio da história do Brasil e de tanto casar entre si não deixaram descendentes legítimos o que tem acontecido nas famílias citadas até a primeira metade do século XX.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Serviu na Índia e chegou à Bahia em 29 de março de 1549 com Tomé de Sousa (de quem segundo algumas fontes seria filho ilegítimo),[3] primeiro governador geral do Brasil, sendo nomeado, no dia 1 de junho, "feitor e almoxarife da Cidade do Salvador e da Alfândega".[2] Era um cargo sem ordenado, arriscando-se a viver dos azares do negócio, tendo apenas "os prós e precalços que lhes diretamente pertencerem". Como os soldos e serviços eram pagos geralmente em mercadorias e muito raramente em dinheiro, Garcia D'Ávila recebeu, em 15 de junho, seu primeiro pagamento - duas vacas, por 4$ -, assim começando sua longa jornada de sucesso. Trabalhou com esforço austero e inexcedível energia durante a construção de Salvador e instalou-se inicialmente em Itapagipe, depois em Itapuã, vindo a se tornar um dos primeiros bandeirantes do Norte.[4]
Garcia d'Ávila nunca se identificou como filho de Tomé de Sousa[1] porque a lei portuguesa proibia que capitães-mores e governadores doassem sesmarias a seus familiares. Sobre Garcia d'Ávila, o padre Manuel da Nóbrega escreveu: "parecendo-me ainda estar Tomé de Sousa nesta terra".[1] Garcia era um nome comum na família de Tomé de Sousa, por sua vez filho de João de Sousa, abade de Rates, e descendente de Martim Afonso Chichorro e do rei Afonso III de Portugal.
Tomé de Sousa doou a Garcia d'Ávila catorze léguas de terras de sesmaria que lhe haviam sido outorgadas pelo rei Dom Sebastião. Estas terras iam de Itapuã até o Rio Real e Tatuapara, pequeno porto cinquenta metros sobre o nível do mar. Foi lá que Garcia d’Ávila, após ter vencido as tribos indígenas existentes ao norte de Salvador, ergueu sua Casa da Torre em 1550. Em 1557, já era o homem mais poderoso da Bahia.[5]
Grande desbravador, no final do século XVI sua propriedade já era a maior do Brasil, a se estender do rio Itapicuru no norte ao Rio Jacuípe no Sul. Administrava seu latifúndio da Casa da Torre em Tatuapara, arrendando sítios a terceiros e fazendo uso de procuradores e ameríndios aculturados e libertos.[3]
Seu herdeiro foi Francisco Dias d’Ávila Caramuru, filho de sua filha Isabel d’Ávila (tida com uma índia) e de Diogo Dias, filho de Vicente Dias e Genebra Álvares e neto de Caramuru e Paraguaçu.[2]
Feitos dos d'Ávilas[editar | editar código-fonte]
Trouxeram para o Brasil o gado nelore; Garcia D'Ávila ergueu a segunda casa fortificada do Brasil[2] — antecedida apenas pelo antigo Castelo de Duarte Coelho em Pernambuco — na atual Praia do Forte a 80 km de Salvador, Bahia, que também foi sua residência e de sua família, além de fazer as vezes de forte. Historicamente, estão entre os primeiros sertanistas do Brasil. A fazenda ia de praia do forte até o Maranhão, perfazendo um total de 800 mil quilômetros quadrados, 1/10 do território brasileiro de hoje, o que equivale às áreas, somadas, de Portugal, Espanha, Holanda, Itália e Suíça,[6] sendo um dos maiores (senão o maior) latifúndio da história.
Fonte: Wikipedia
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